Esqueci-me do mundo
Rio à toa
Como um rio que corre
Sem sentido, senão correr
Meu corpo dança
Os lábios mostram os dentes
E estou alegre
Sem pensar
Para a tristeza espantar…
Esqueci-me do mundo
Rio à toa
Como um rio que corre
Sem sentido, senão correr
Meu corpo dança
Os lábios mostram os dentes
E estou alegre
Sem pensar
Para a tristeza espantar…
O mundo já foi meu
Agora são os dias encurtando
Cada momento vivido é a exata dimensão
Do patrimônio de alegria
Sentido da existência
Sou uma inconsistência
Lançado à paixão
À dor e à eterna insatisfação
O amor me remete à busca
Amo tanto e necessito ir
Para longe da calma, da certeza
Distante dos bons costumes
Quero encontrar o impossível
Viver o intangível
Desejo tudo, mas agora!
Não sirvo à estabilidade
Lanço-me ao perigo cultural
Pois quero experimentar o proibido
Sou o sonho, o próprio pesadelo
Busco o tudo e o nada
O delírio do louco
A paz de um beijo
A doçura de um carinho
O prazer dos corpos entrelaçados
Quero e sempre quero mais…
Os fogos lá fora prenunciam choros ardentes
Dos alegres prementes, logo ali à frente
Não estou triste, mas mudado
De coração calejado, vou me importar
Não com o ideal, mas com a vida real
O que importa afinal
Senão os traços da existência
Rabiscados pelas certezas alheias
Tão certas estão, merecem sua própria razão
E eu então, por que chorar a dor?
Se alheia aos meus próprios erros
Mas vinda das verdades que me desmentem…
Na lógica matemática, um mais um resulta dois
Uma formalização perfeita, na aparência
Pois na essência, os números são infinitos
E na infinitude não há resultado absoluto
No amor, uma mais um resulta casal
Uma formalização cultural, na aparência
Pois na essência, o amor é incompleto
E na incompletude não há resultado absoluto
Impossível a matemática do amor
Campo ilógico e perdido em contradições
Passível de dor, mas repleto de esplendor
O caminho possível da tênue felicidade
Salvo quando um for demais…
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