Uma breve análise psicanalítica da arrogância da magistratura.
[gview file=”http://www.lediorosa.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Por-que-nós-juízes-somos-arrogantes.pdf”]
Uma breve análise psicanalítica da arrogância da magistratura.
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Guilherme de Mello Rossini
E será que isso não é apenas um reflexo da cultura de idolatria do juiz?
Quando se estudam formas alternativas de mediação de conflito, alguns estudiosos aduzem que o “discurso do mestre” impede a autocomposição, pois em nosso contexto só o juiz, detentor da “ponderação imparcial”, “justiça lapidar”, etc, pode resolver. O outro, revestido de toda essa áurea, e não nós, resolve os NOSSOS conflitos.
Penso que, da mesma maneira, esta noção de superjuiz, ou semi Deus como o sr coloca, permeia os Códigos de Processo. É só ver o quase ilimitado poder que o juiz tem para instruir, decidir sem ser provocado, sem critérios objetivos impor multas e expedir liminares..
O advogado, nesse contexto, é mais um informante do que se passa no dia-a-dia que um defensor de teses, analista da teoria jurídica; aliás, o juiz já sabe todo o Direito mesmo..
Lédio Rosa
A questão é complexa Guilherme. E não olvides que minha análise é psicanalítica e não jurídica. A cultura, é claro, sempre permeia tudo.
FRANCIELE GEREMIAS BRITES
Nossa…eu tinha pensado nesse tema para o Mestrado…. Muito legal! Parabéns!
Lédio Rosa
Então faça o trabalho. É necessário.
FRANCIELE GEREMIAS BRITES
O senhor me orientaria? 🙂
Lédio Rosa
É possível. Estudas onde?
Lílian
Parabéns pelo texto. Gostaria de lembrar que por trás do arrogo, da superioridade, e da crença de ser especial existe o sentimento (quase insuportável!) de inferioridade alicerçando a estrutura da personalidade narcisista.
Lédio Rosa
Há muitas coisas sim.
Hamilton (Tinho)
Lédio… Tua definição pscanalítica do que é ser um Juíz, compactua com o que penso e defino. Parabéns por esta ênfase. Mesmo com o poder de decisão nas mãos, há de se entender e se fazer o que esta contido na LEI, porém, há interpretações e interpretações. Como se diz no popular Cada cabeça uma sentença. Abraços amigo.
Lédio Rosa
Tinho que prazer encontrá-lo aqui. Um abração e obrigado.
Justine Marques
A beleza ( ato falho : sim, eu sou apaixonada pela Estética) seu texto está na apresentação fluida, mas não simplista, de temas tão intrincados da psicanálise, usualmente apenas manejados pelos “iniciados” na área!
Lédio Rosa
A psicanálise pode ser compreendida de forma simples. Freud escrevia assim. Lacan e outros vieram com essa escrita complicada e sem sentido.
Justine
Adorei seu pensamento…Admirável transgressão! Sim, porque aqui na região Sul, a nível acadêmico é proibido pensar sem Lacan!
Lédio Rosa
O Lacan é rejeitado em mutias universidades. Dizem que não é científico.
Justine
Quanto aos juízes, como você mesmo serve de exemplo, o bom é que, felizmente, há, igualmente, excelentes magistrados, com uma formação jurídica, cultural e psíquica admirável, que perseguem uma aproximação da lei ao ideal de Justiça. Quiçá pudessem, os arrogantes, serem contaminado pelos “bons”…talvez se perdessemos o tabu que envolve a busca por psicoterapias e saúde mental não fosse tratada como algo fantasmagórico. Juizes e Promotores de Justiça ( porque existe a promotorzite)
Lédio Rosa
Bom, qualquer um que tenha poder tende a arrogância. Difícil de combater isso.
Daniel
Penso que o caso do juiz arrogante também poderia ser abordado (também) sob o enfoque da vaidade (ou processo de envaidecimento).
No mais, já que detectamos alguns dos fatores psíquicos geradores do juiz egocêntrico e arrogante, poderíamos pensar em um texto que, – com base nas premissas alhures – sugerisse formas de inibir/adestrar/coibir/refutar tais condutas.
Talvez, se os magistrados/promotores (que sofrem desses males) encontrassem alguma orientação neste sentido, conseguissem “se tocar”.
Ou será que estou sendo romântico demais?
Por fim, pergunto o que fazer quando o juiz sofre o processo inverso do supra narrado (é tão humilde mais tão humilde que chega a ser desrespeitado)? É o caso de minha esposa.
att, Daniel
Lédio Rosa
Creio que casos pessoais não devem ser tratados aqui, um site público. A humildade pode ser uma profunda arrogância. Veja o filme Dog Vile.
Wilson de Limas Junior
Em minha modesta opiniao na posição de aluno da magistratura estadual, com o passar dos tempos essa realidade tem mudado. Em que pese Dr. Lédio acredito que até mesmo pela cobrança ao longo dos anos pela sociedade. É visto e notório que temos observado Magistrados mais preocupados e voltados para os problemas da sociedade, todavia advindos de uma formação humanística mais exigente desbancando desta forma a “sindrome da juizite” se assim podemos dizer tal postura.
Essa nova geração “mais humana” com o ideal de que: “Jurisdicionar é preciso” traz consigo sobretudo uma sensibilidade maior aos anseios da população tornado-os sujeitos mais receptivos e engajados ao oficio de uma Justiça social plena e convicta dos seus ideais.
Um abraço.
Lédio Rosa
Não discurso. Meu texto cinge-se aos arrogantes.